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QUE A TERRA LHE SEJA LEVE! (e com salário no bolso)

Por: Altair Santos (Tatá)
Houvemos de ler no noticioso local que o Governo do Estado, até pouco tempo, pagava religiosamente o salário de aproximadamente 200 funcionários que, de há muito, estão (ou estavam) mortos! Não sabemos ao certo se estão mortos ou não, porque, nesse caso, quem sabe querendo imitar o inimitável Nosso Senhor Jesus Cristo, os 200 bonitinhos resolveram ressuscitar para vida terrena animados quem sabe, por motivos que se acercam de estranhas curiosidades, sobre as quais divagamos:

1 - Achamos espetacular, brilhante, a análise e visão prévia de planos, bem como, a capacidade do Governo Estadual em avaliar a situação sócio-econômica talvez nada confortável desses 200, lá no paraíso ou mesmo nos “quintos” e lhes garantir o soldo mensal para que possam manter seus interesses e fugir do desabalado custo de vida de lá? Esses pobres defuntos devem estar passando o maior perrengue após suas mortes, se é que morreram!

2 – Nos intriga as dúvidas e motivos pelos quais o seleto grupo dos 200 ungidos deixaria seus espaços garantidos no paraíso pra voltar ao nosso meio? Em contrário, estariam (ou estão) eles ardendo lá nos “quintos” e resolveram passar aqui pra uns bordejos na cidade e, logicamente, nesse tempo, checar os seus direitos funcionais com direito inclusive a salário? 

3 - Eles, enquanto mortos, estão no paraíso celestial ou paraíso fiscal? No céu, ao convívio dos justos, estará São Pedro lançando os pés pelas mãos ao lotear certos espaços para alguns privilegiados, em troca de uma grana? Ao calor das labaredas do inferno, estarão sofrendo achaque do capeta e seus assessores por algum dinheiro? Estará o tinhoso aplicando pra cima dos hóspedes lhes cobrando ágio, fazendo propina, superfaturando o preço do aluguel, extorquindo-os? Nesses casos, achamos por bem orientar que está mais do que na hora de se fazer uma auditagem nos procedimentos de São Pedro e denunciá-lo pra Deus, para que este apure os fatos. Será o caso também de, uma vez por todas descer o cacete e acabar com a folga desse danadinho do capeta e sua intrépida assessoria?

4 - Diz-se que, no dia finados algumas sepulturas dos cemitérios locais amanheceram com os seguintes avisos sobre as lápides: “dia de pagamento, fui ao Banco e não demoro. Favor limpar o túmulo, colocar flores e acender velas. Reze pro meu salário aumentar!” Outro aviso: “fui ao Banco receber o salário, na volta passo no bar tomo umas e outras e depois volto pro meu descanso!” 

5 – Na agência, o papo entre as 200 almas penadas girava em torno de uma reivindicação que eles farão ao Governo: não vemos a hora deles instalarem um caixa eletrônico no céu e outro no inferno. É um saco todo mês ter que vir aqui pra esse sofrimento na fila!

6 – Um deles bastante animado com os pedidos, disse ser importante montar a Aqui Jaz Federation - Federação dos Mortos Vivos e inclusive indicou São Pedro e o capeta pra encabeçarem a chapa. A essa altura a assembléia pra votação e escolha já aconteceu e o primeiro projeto vai direto para a Prefeitura da capital, para que limpe a cidade Campo Santo (o cemitério), sob ameaça em caso de não atendimento ao pleito, virem de noite puxar o pé e assombrar o Prefeito. 

7 - Um deles, cujo cartão tinha vencido teve que ir ao atendimento no caixa convencional. O atendente lhe pediu pra confirmar alguns dados como atualização do seu cadastro. Ao ser perguntado se o endereço ainda era o mesmo, o defunto assalariado do Governo Estadual de pronto respondeu: não, mudei, agora estou no Condomínio Santo Antonio, Quadra 350 – Sepultura 82! 

8 - O bancário olhando detidamente o correntista, indagou: esse condomínio é na estrada do cemitério? Não, respondeu o cliente, é no cemitério mesmo, tenho um imóvel lá, se quiser pode aparecer uma hora dessas, não deixe de levar velas e flores! E se preferir pode ir, também, em definitivo, já está convidado, mas nesse caso trate de garantir o seu salário, assim como eu! Ao ver que o perplexo atendente nada entendia, amenizou: Não liga não, é que eu tenho dupla cidadania, sou um morto-vivo! Aliás eu já morri, porém, como bem vês, estou mais vivo do que morto, tenho até emprego e salário! E digo mais, quem é vivo sempre aparece; e morto também!

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