quarta-feira, 13 de julho de 2022

Anestesista que estuprou grávida durante parto ganha milhares de seguidores nas redes sociais

Pelo menos 30 páginas falsas com o nome do médico foram criadas, a maioria delas pede que ele seja inocentado

Seu perfil foi desativado após a repercussão do caso. No entanto, um principal perfil falso criado em seu nome acumula 26,2 mil. A página não tem fotos e exibe uma mensagem sobre um suposto pronunciamento familiar nesta terça-feira (12) na publicação de um storie - tipo de mensagem da rede que é automaticamente apagada em 24 horas.

Além disso, pelo menos outras 30 páginas falsas com o nome do médico foram criadas no Instagram, com números de seguidores que variam de 200 a 1 mil. Em maioria, as páginas falsas falam sobre a previsão de um suposto pronunciamento do advogado de defesa, tratam o médico como inocente e advogam pela sua absolvição. Outras poucas pedem que ele seja condenado.

O médico anestesista foi preso na última segunda-feira (11), com a acusação de estupro, após abusar sexualmente de uma gestante durante o parto cesariana. O vídeo, gravado com discrição pela equipe de enfermeiras do hospital, mostra que após aplicar a anestesia na vítima, ele coloca o pênis na boca da gestante e depois de terminar o estupro limpa seu rosto, na tentativa de acabar com os vestígios do crime.

Reação

Nesta terça (12), o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), Clóvis Munhoz, garantiu ao portal G1 que a suspensão de Giovanni “vai avançar no tempo menor possível”.
“Isso é um compromisso que eu, como presidente, a minha diretoria e o grupo de 42 conselheiros assumimos publicamente”, disse.

A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), por sua vez, declarou que já está atuando “no sentido de banir da saúde e da sociedade esse monstro covarde e violento”. Uma reunião extraordinária será marcada pelos deputados para debater o assunto.

A audiência de custódia de Giovanni está marcada para a tarde desta terça (12). Na sessão, a Justiça decide se mantém o médico preso, convertendo, por exemplo, o flagrante em prisão preventiva.

A audiência será realizada no período das 13h às 18h, segundo o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). Na última segunda-feira (11), Giovanni foi preso e, depois, transferido para o presídio de Benfica, na zona Norte do Rio.

domingo, 10 de julho de 2022

FESTA COM TEMA PT - MILITANTE É ASSASSINADO E PARTIDO ACUSA "VIOLENCIA BOLSONARISTA"

Marcelo Arruda, ex-candidato a vice-prefeito na chapa do PT de 2020, foi alvo de um simpatizante de Jair Bolsonaro, conforme acusa o partido

Um vídeo captado pela câmera de monitoramento do local da festa de aniversário — temática do PT — do guarda municipal Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu (PR), mostra o momento em que ele se defendeu do ataque a tiros de José da Rocha Guaranho na noite deste sábado.

Marcelo Arruda, ex-candidato a vice-prefeito na chapa do PT de 2020 , foi alvo de um simpatizante de Jair Bolsonaro, conforme acusa o partido, que divulgou nota sobre o caso na manhã deste domingo.

Outras imagens mostram a decoração da festa, na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu, com fotos de Lula e do PT. Arruda, que era o tesoureiro do partido no município, comemorava seus 50 anos. Ele deixa quatro filhos, sendo uma bebê de um mês. Segundo os relatos divulgados pelo partido, um policial penal chamado José da Rocha Guaranho teria feito ameaças aos presentes, com gritos em defesa de Bolsonaro, mesmo com sua esposa ao lado pedindo para que ele parasse.

'Aqui é Bolsonaro'

Procurada, a Polícia Civil do Paraná confirmou a morte, após "uma discussão em uma festa de aniversário". A Delegacia de Homicídios está apurando o caso, diz a polícia, "para maiores esclarecimentos da motivação do crime."

O GLOBO teve acesso ao Boletim de Ocorrência registrado na 6ª Subdivisão Policial de Foz de Iguaçu. No texto, os policiais narram que chegaram ao local e encontraram as vítimas caídas no chão. As testemunhas, todas presentes à festa de aniversário, contaram aos agentes que Jorge José da Rocha Guaranho chegou ao local em seu carro, onde também estavam sua esposa e sua filha, uma criança de colo. Ao descer do veículo com arma em mãos, ele gritou "Aqui é Bolsonaro" na direção das pessoas.

Cerca de 20 minutos depois, Guaranho retornou, dessa vez sozinho, e ainda armado. Neste momento, tanto Marcelo Arruda quanto a sua esposa se identificaram mostrando seus distintivos, de guarda municipal e policial civil, respectivamente, além de suas próprias armas funcionais. Ainda assim, Guaranho disparou dois tiros em Marcelo, que revidou com disparos. Os dois foram encaminhados para o hospital, mas Marcelo não resistiu. Ao contrário do que foi informado anteriormente pela polícia, o agente penal Jorge José não morreu e está no hospital sob custódia. Seu estado de saúde é estável. O BO também informa que os responsáveis pela sede do evento se comprometeram a disponibilizar as imagens das câmeras de monitoramento.

A Secretaria da Segurança Pública do Paraná informou, em comunicado, que a Polícia Civil investiga a morte de Arruda.

"Ele o policial penal federal Jorge Jose da Rocha Guaranho se desentenderam durante a festa de aniversário de Arruda. Os dois acabaram baleados, Guaranho segue internado em estado grave. Imagens estão sendo analisadas e testemunhas sendo ouvidas. A Polícia Científica está atuando no procedimento pericial que auxiliará para que os fatos sejam esclarecidos e o Inquérito Policial relatado e encaminhado à justiça", acrescentou.

Procurado, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) informou que "o caso está sendo investigado pelas autoridades competentes locais em razão de suas circunstâncias e que se solidariza com os familiares e amigos dos envolvidos". Guaranho trabalhava na Penitenciária de Catanduvas.

Lula e Gleisi se manifestam

Desde a manhã deste domingo, com a divulgação do caso, diversos políticos se manifestaram, como o próprio ex-presidente Lula. O PT fez uma postagem falando se tratar de "um dia tráfico para o Brasil" e divulgou uma nota com o título "Violência bolsonarista: Líder do PT em Foz do Iguaçu é assassinado". Fernando Haddad, Randolfe Rodrigues e Guilherme Boulos foram outros políticos que também se manifestaram nas redes.

"Antes de ser assassinado com três tiros pelo policial penal fascista que o abordou no estacionamento, Marcelo tentou ainda se defender com a arma funcional que tinha em seu carro e reagiu. O assassino de Marcelo também veio a falecer. Marcelo, no seu ato derradeiro e heróico, salvou inúmeras vidas, pois o fascista também ameaçava e poderia ter assassinado a todos na festa, inclusive a sua família", informa a nota do PT, assinada por Gleisi Hoffmann, presidenta Nacional do partido, e Abdael Ambruster, Coordenador Nacional do Setorial de Segurança Pública do PT.

Imagens registraram o momento do canto de parabéns na festa de aniversário, como último registro da vida de Marcelo Arruda. Em suas redes sociais, Lula também se manifestou sobre o ocorrido.

"Cobramos das autoridades de segurança pública medidas efetivas de prevenção e combate à violência política, e alertamos ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal para que coíbam firmemente toda e qualquer situação que alimente um clima de disputa violenta fora dos marcos da democracia e da civilidade. Iniciativas nesse sentido foram devidamente apontadas pelo PT em várias oportunidades, junto ao Congresso Nacional, o Ministério Público e o Poder Judiciário. Marcelo, não esqueceremos de você, em sua memória continuaremos na luta contra a violência, a injustiça e a intolerância. Presente, hoje e sempre! ", finaliza o PT em sua nota, que acusa a "violência bolsonarista" como culpa pelo assassinato.



sexta-feira, 8 de julho de 2022

Bolsonaro acusa Lula por morte de Celso Daniel; petista revida: 'Mentiroso'

Celso Daniel, então prefeito de Santo André (SP), foi sequestrado em 18 de janeiro de 2002 e encontrado morto dois dias depois, com marcas de tortura e tiros em uma estrada em Juquitiba (SP).

Durante sua live semanal das quintas-feiras, o presidente Jair Bolsonaro (PL) acusou sem provas hoje o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de ser "mentor" do assassinato do ex-prefeito Celso Daniel. Horas depois, o petista emitiu nota chamando o chefe do Executivo de "mentiroso".

"O senhor Bolsonaro é mundialmente reconhecido como um mentiroso, que fala coisas sem base ou prova nenhuma. Lamentamos a reprodução irresponsável das suas falas sem nenhuma base sobre os mais diversos assuntos - como pandemia e economia", falou a assessoria do ex-presidente, em nota.

Na transmissão ao vivo, Bolsonaro atacou as urnas, ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e seu maior rival no pleito, Lula. "Não adianta falar que o outro lado está envolvido com as Farc, que o mentor da morte de Celso Daniel é o candidato deles, não vale nada" disse em referência ao petista.

Celso Daniel, então prefeito de Santo André (SP), foi sequestrado em 18 de janeiro de 2002 e encontrado morto dois dias depois, com marcas de tortura e tiros em uma estrada em Juquitiba (SP). Também do PT, ele tinha sido escolhido para coordenar a campanha de Lula para a presidência em outubro daquele ano.

Celso foi sequestrado após sair de um restaurante no bairro dos Jardins, na capital paulista. O primeiro inquérito da Polícia Civil de São Paulo, concluído em abril daquele ano, apontou que uma quadrilha da favela Pantanal, da zona sul de São Paulo, havia cometido o crime —um crime comum, sem motivações políticas.

Essa versão, com o passar dos anos, foi desconsiderada. As investigações continuam em aberto e documentos obtidos pela revista Veja apontam que o MP (Ministério Público) não descarta conexão do crime com "indícios de ligações com esquema de arrecadação de 'propinas'".

quinta-feira, 7 de julho de 2022

PORTO VELHO - PF desarticula organizações criminosas voltadas à extração e comércio ilegal de ouro

Três operações estão sendo deflagradas simultaneamente para combater os crimes de lavagem de dinheiro, extração e comércio ilegal de ouro, dentre outros

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (7/7) as Operações Ganância, Golden Greed e Comando. O objetivo é combater os crimes de extração e comércio ilegais de ouro no norte do país, além de lavagem de dinheiro, corrupção, organização criminosa, dentre outros.

Estão sendo cumpridos 82 mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão preventiva, nos estados do Acre, Goiás, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia e Mato Grosso.

Ganância

Policiais federais cumprem 65 mandados judiciais, sendo 5 de prisões preventivas e 60 de busca e apreensão, expedidos pela 3ª Vara Criminal da Justiça Federal de Porto Velho/RO, nos estados de Rondônia, Pará, Goiás, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Acre.

As investigações da Operação Ganância começaram em fevereiro de 2021 após uma denúncia envolvendo empresas de Porto Velho/RO ligadas ao ramo da saúde, as quais estariam lavando dinheiro de valores recebidos em licitações fraudulentas. Após as primeiras diligências, verificou-se que recursos ilícitos injetados em empresas da capital rondoniense eram oriundos de garimpo ilegal, praticado, pelo menos, desde 2012 pelos líderes da organização criminosa.

A partir de então, foi revelada uma movimentação de quantias bilionárias pelo grupo criminoso, com depósitos e saques milionários em espécie, empresas de fachada e transferências bancárias entre envolvidos. Foram identificados diversos meios de lavagem de capitais praticados pela organização criminosa, com destaque entre os modus operandi, a criação de um criptoativo (token) próprio de uma das empresas, com a finalidade de justificar os valores advindos da extração ilegal do ouro nas empresas dos criminosos, como se fossem investimentos de terceiros interessados em receber dividendos.

A análise bancária feita pela Polícia Federal apontou ainda que, entre os anos de 2019 e 2021, o grupo criminoso movimentou mais de R$ 16 bilhões de reais em suas contas bancárias. Foi possível demonstrar que a mineradora investigada “esquentava” o ouro extraído ilegalmente de outros garimpos da região norte do país utilizando-se de licenças ambientais inválidas e extrapolando os limites da licença de pesquisa e da guia de utilização que possuía para o local. Estima-se que o rendimento da empresa tenha sido de R$ 1,1 bilhão.

O valor do impacto ambiental em apenas um dos garimpos identificados na operação foi estimado em cerca de R$ 300 milhões. Nesse garimpo, a área impactada pelos danos relativos à extração de ouro, que são cumulativos e potencialmente irreversíveis, chegaram ao total de 212 campos de futebol.

A Justiça Federal deferiu o bloqueio, sequestro e o arresto dos bens móveis e imóveis dos investigados até o limite de R$ 2 bilhões.

Golden Greed

Policiais federais cumprem 17 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal em Jundiaí/SP, nos estados do Acre, Goiás, Pará, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, direcionados aos integrantes da organização criminosa identificada, incluindo alguns servidores da Agência Nacional de Mineração do Pará.

A ação, que ocorre em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), é a segunda fase da Operação Gold Rush e avança na investigação de organizações criminosas que atuam na extração e comércio ilegais de ouro no Pará.

Além disso, a Justiça Federal de Jundiaí determinou: a apreensão de dezenas de veículos e máquinas utilizadas na extração de ouro; o sequestro de cinco aeronaves e um helicóptero; o bloqueio de contas dos investigados até o valor de R$ 1,1 bilhão, bem como a suspensão das atividades da mineradora envolvida na apuração.

Comando

Policiais federais cumprem cinco mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Federal de Jundiaí/SP, em Goiás e no Pará.

As investigações, no início, tinham por objetivo de identificar organização criminosa dedicada ao tráfico internacional de drogas, especializada no transporte de carregamentos de cocaína utilizando-se de aviões. O grupo em questão adquiria grandes quantidades de cocaína, na região fronteiriça do Mato Grosso do Sul com o Paraguai, e levava, em aeronaves privadas para a região de Jundiaí/SP.

Com a identificação de uma das aeronaves utilizadas, foi possível localizar, também, o hangar usado no aeródromo da referida cidade e seu administrador. Após a prisão do fornecedor das drogas no Paraguai, o hangar deixou de ser utilizado pela organização criminosa voltada ao tráfico.

Entretanto, elementos colhidos no curso das investigações demonstraram que um outro esquema de transporte, em tese ilegal, estava sendo realizado no mesmo local: o de ouro. Foi averiguado que o minério era transportado do Pará para o estado de São Paulo, utilizando-se do mesmo hangar, cujo administrador estava sendo investigado.

Com a continuidade das investigações, foram identificados vários indivíduos envolvidos nas atividades ilícitas (pilotos, aeronaves, intermediários, mineradoras e seus proprietário) e efetuadas várias apreensões de ouro extraídos e comercializados de forma ilegal.

Crimes investigados

Os crimes apurados nas investigações são os de usurpação de bem mineral da União, receptação qualificada, falsidade Ideológica, redução do pagamento de tributos federais, corrupção ativa e passiva, promoção de organização criminosa, crimes ambientais, dentre outros.

Comunicação Social da Polícia Federal em Rondônia
Fone: (69) 3216-6242

Comunicação Social da Polícia Federal em São Paulo
Fone: (11) 3538-5013

Coordenação-Geral de Comunicação Social
Fone: (61) 2024-8142

quarta-feira, 6 de julho de 2022

CPI do MEC: Pacheco diz que irá abrir comissão e deve impor nova derrota a Bolsonaro

Para começar os trabalhos da CPI do MEC seria preciso que os líderes indicassem ao menos seis senadores para as 11 vagas da comissão
O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse na reunião de líderes desta manhã que vai fazer a leitura da CPI do MEC. Esse é um dos passos para dar seguimento a comissão que pretende investigar suspeitas de corrupção da gestão de Milton Ribeiro no Ministério da Educação. Após a leitura da Comissão Parlamentar de Inquérito, que deve ser feita no plenário da Casa, os líderes partidários do Senado podem indicar os parlamentares para o colegiado, para que os trabalhos se iniciem.

Pacheco disse aos senadores que abrirá ainda outras três CPIs: Hoje, há três na fila, além da CPI do MEC: uma sobre obras do MEC de gestões passadas paradas, de autoria do líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ); outra sobre a atuação do narcotráfico no Norte e Nordeste do país, e uma terceira sobre a atuação de ONGs na Amazônia.

Na reunião, ele disse está deixando a decisão para os líderes. O que determinará o funcionamento das CPIs será as indicações dos líderes, disse o presidente do Senado durante a reunião. Ele abriu a reunião falando que não cabe juízo de valores em relação a CPI.

Ao líder da oposição, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Pacheco prometeu que faria a leitura do requerimento da comissão ainda nesta terça-feira. No entanto, não há sessão do Senado marcada para hoje, apenas do Congresso. Pelo regimento, a abertura de uma CPI só pode ser lida no plenário da Casa onde será instalada.

A oposição vai fazer a indicação dos membros tão logo que fizerem a leitura do requerimento.

O presidente do Senado não informou se abrirá uma sessão só para fazer a leitura, ou se deixará para fazer isso apenas amanhã, na quarta-feira, quando há uma plenária da Casa marcada.

A reunião de líderes começou por volta das 9 horas desta manhã. Pacheco afirmou que não vai colocar obstáculos para a CPI do MEC. Os governistas tentam, porém, adiar a instalação do colegiado para depois das eleições.

Para começar os trabalhos da CPI do MEC seria preciso que os líderes indicassem ao menos seis senadores para as 11 vagas da comissão. A oposição afirma que, no primeiro desenho feito da composição do colegiado, já há oito parlamentares definidos, faltando apenas as indicações do PP, PL e União Brasil.

O pedido para instalação da CPI foi protocolado na semana passada pelo líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues, para investigar suspeitas de corrupção na gestão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. O requerimento conta com a assinatura de 31 senadores, quatro a mais do que o necessário.

Em abril, quando as primeiras denúncias de irregularidades no MEC vieram à tona, a oposição tentou avançar com o pedido de abertura da CPI, mas seus esforços foram atrapalhados pela base governista, que conseguiu retirar assinaturas do requerimento. O caso, porém, ganhou mais força após Milton Ribeiro ser alvo de uma operação da Polícia Federal.

Conversas do ex-ministro interceptadas pela PF indicam que Bolsonaro pode ter avisado Ribeiro da operação. Em uma ligação à filha, o ex-ministro diz que o presidente tinha um "pressentimento" de que poderia haver um mandado de busca e apreensão contra ele.

Em outro áudio, a mulher do ex-ministro, Myrian Ribeiro, conta que ele já estava sabendo da operação. A conversa foi gravada no dia da prisão de Ribeiro.
Estratégia governista

Aliados do governo agora buscam que a CPI só tenha seus trabalhos iniciados depois das eleições de outubro. O argumento usado pelos senadores governistas a seus pares é que qualquer colegiado do tipo que seja aberto a três meses da eleição será usado como palanque eleitoral.

Entre os argumentos usados pelos governistas para adiar as CPIs até o fim das eleições, além da possibilidade de uso eleitoral das comissões, é dito também que não haverá quórum para os colegiados.

A possibilidade de adiar a CPI para depois da eleição é rechaçada completamente pela oposição. De acordo com senadores favoráveis a comissão inquérito, o tempo até o pleito poderia ser usado para ocultações de provas da investigação.