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DICAS PARA JAIR BOLSONARO SE SAIR BEM NO JORNAL NACIONAL

Bolsonaro não pode cair na armadilha de ficar na defensiva, refém de um tom agressivo para responder pegadinhas sobre seu passado.
Jair Bolsonaro é o entrevistado de hoje no JN
O “mito” Jair Bolsonaro deve proporcionar uma das maiores audiências deste ano ao Jornal Nacional da Rede Globo. A previsão óbvia é que o candidato do nanico PSL seja massacrado pelos entrevistadores. Ontem, Ciro Gomes experimentou a língua afiada e tepeêmica de William Bonner e Renata Vasconcellos. Ciro conseguiu manter o controle. Bolsonaro terá de fazer o mesmo. Serão 20 minutos de pressão intensa logo no começo do programa que – gostem ou não – é assistido em 40 milhões de lares.

Aparentemente, Bolsonaro já está bem treinado em massacres midiáticos. Sobreviveu e tirou vantagem das participações no Roda Viva e na Globonews. Tem tudo para sair bem na Globo. Deve focar no assunto Segurança. Bolsonaro se transformou em um fenômeno eleitoral porque consegue catalizar a revolta da maioria da população em torno de três problemas: a impunidade contra o crime organizado, a corrupção sistêmica e a violência descontrolada.

Já que a TV Globo certamente insistirá em evocar o passado do candidato, seria interessante Bolsonaro lembrar a campanha sórdida que a então “organizações Globo” e o PT promoveram contra as escolas de horário integral mal gerenciadas por Leonel Brizola e Dardy Ribeiro, na década de 80. Se os “Cieps” (Centros Integrados de Educação Pública) tivessem funcionado, sem sabotagem midiática global e petralha, certamente o Rio de Janeiro teria uma quantidade infinitamente menor de bandidos do que ostenta hoje em dia.

Bolsonaro não pode cair na armadilha de ficar na defensiva, refém de um tom agressivo para responder pegadinhas sobre seu passado. O candidato deve ser mais propositivo. Aliás, Bolsonaro tem o dever de apresentar e debater seu próprio programa de governo. Até agora, o candidato não apresentou soluções práticas para resolver a mais assustadora crise econômica da nossa História. O presidenciável precisa indicar os caminhos para soluções, em vez de só ficar chovendo no molhado de problemas que todos nós conhecemos – e estamos de saco cheio deles.

Bolsonaro também deve destacar a reconhecida competência de seu candidato a vice, Hamilton Mourão, um General de Exército, na reserva desde fevereiro deste ano. Mourão não conhece apenas a Arte da Guerra. È, também, um conhecedor das Finanças Públicas e do Orçamento Federal. No eleitorado jovem, interconectado via redes sociais, o General é tão ou mais popular que o próprio Bolsonaro. O candidato também deve expor, mais claramente, seu compromisso com um modelo estatal mais liberal e menos interventor – contradição que o casal global do JN vai explorar. Bolsonaro precisa ir além do seu “Posto Ipiranga” – o economista Paulo Guedes – que agora é atacado, porém, até outro dia, era um dos queridinhos dos Irmãos Marinho, donos do Grupo Globo... 

Na campanha via Internet e nas grandes manifestações de rua, Bolsonaro insiste no messianismo de que dá para desbancar o sistema que nos afunda. No discurso, a crença-promessa é bonitinha. Na prática, vai depender de muita estratégia e definição de qual Brasil queremos para o futuro. A Globo soltou a pergunta para as pessoas comuns produzirem vídeos. Algumas pessoas deram respostas simples, porém realistas. O próximo governo terá de promover um inédito e amplo diálogo nacional.

A entrevista desta terça-feira à noite, ao vivo, na Rede Globo, pode ser decisiva. Se Bolsonaro se sair bem, tem tudo para consolidar a posição de favoritismo para chegar na frente neste primeiro turno eleitoral. Logicamente, a pauta da Globo fará de tudo para que Bolsonaro seja pressionado, ridicularizado, e provocado, a fim de terminar na lona. Bolsonaro precisa manter a calma (difícil...) e a sinceridade combinada com bom humor (mais fácil para ele...). 

Bolsonaro está bem cotado para sentar no trono autoritário do Palácio do Planalto. Até pode vencer no primeiro turno, em função dos votos válidos. Bolsonaro pode atingir até 30% da votação. Nulos, brancos e abstenção podem atingir outros 30% (ou mais). Os 40% restantes tendem a se dispersar entre os outros 12 candidatos a Presidente.

Todos só precisam levar em conta o detalhe fundamental. O próximo Presidente (não importa que sem seja) terá de se preparar mais conversar do que para sair na porrada contra bandidos, inclusive e principalmente os que infestam a política. O desafio é arriscado e gigantesco porque a oposição promete ser intensa e irracional.

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